Thursday, December 06, 2012

Outono

Gosto do Outono...
Como as árvores vão suavemente mudando de cores, passando de verde, a amarelo, a vermelho...
De como o chão se enche de folhas.
De ir buscar um cachecol quente, os casacos, gorros e botas.
Do fresco na cara e o corpo quente.
Das castanhas, dos cogumelos e de voltar às comidas mais "quentes".
Dos primeiros dias de chuva que vêm refrescar a terra, preparando-a para o renascer da vida na Primavera.
Do cheiro da terra depois da chuva.
Do quentinho das mantas, da preguiça de levantar da cama quente e da vontade de ficar em casa a ver filmes.
Então "hoje, só por ser Outono..."
http://www.youtube.com/watch?v=EAs3vdjVfoY

Thursday, September 27, 2012

Inconsciente


No meu último ano de secundário, aquele ano de decisões mas sobretudo de dúvidas na escolha de um curso que já tinha sido escolhido há muitos anos, uma das minhas opções ponderadas foi Psicologia. O comportamento humano e o funcionamento da mente fascinam-me. Ora, ainda nesse mesmo ano tive a cadeira (que nessa altura chamava de disciplina) de Psicologia. Uma das coisas que aprendi foi a divisão da mente em consciente, subconsciente e inconsciente. Nesta classificação o inconsciente é o nosso recanto obscuro da mente de onde brota aquilo que não conseguimos perceber ou racionalizar, as nossas paixões, medos…
Esta é a parte que mais me interessa, aquilo que a nossa consciência não consegue alcançar, que não podemos manipular, não podemos controlar. Aquilo que nos torna irracionais, ilógicos… É esta componente do nosso cérebro que nos torna complexos mesmo quando queremos ser simples, nos faz tropeçar em impulsos que julgávamos reprimidos, de quando o inconsciente subjuga o consciente e nos faz agir de uma forma imprevista. Quando a censura que impomos a nós próprios ou que nos é imposta pela sociedade e pela educação abre uma brecha e deixa sair um pouco desse nosso lado escuro. Quando perdemos o controlo…
Julgo que conhecer o inconsciente de alguém é conhecer o seu lado mais profundo, mais privado, conhecer a um nível de intimidade muito grande.
Claro que esse lado é para estar guardado, é suposto resguardarmo-nos e controlarmos os nossos impulsos, agirmos de acordo com a educação que nos foi dada e sermos “pessoas civilizadas”… Por isso os pequenos momentos em que ele vem ao de cima, devem ser apenas isso, pequenos vislumbres de uma realidade que lá está, oculta, misteriosa… O nosso secreto “lado lunar”…

Sunday, September 02, 2012

Poesia

Hoje peguei num livro de poesia... Parece uma coisa simples, insignificante, mas a verdade é que não lia poesia há 7 anos...
Lembro-me de estudar em Português, lembro-me de ler poemas de Fernando Pessoas e a minha alma sentir-se plena com aquelas palavras cheias de significados, encaixadas de forma harmoniosa. Lembro-me de recitar poemas como se fossem parte de mim, descrição daquilo que sou ou ensinamentos para a vida. Lembro-me de escrever poemas, também...
Mas a realidade abafou o sonho. Um dia olho para os meus poemas e já não gosto do que escrevi. Um dia começo a andar tão a correr que já não há espaço na minha vida para a poesia. Um dia olho para trás e vejo que a menina romântica com palavras bonitas de amor e poesia se perdeu com as desilusões da vida.
Hoje quero recuperar essa parte de mim. Por isso peguei num livro de poesia...

Sunday, August 19, 2012

Aqui, num lugar perdido

Aqui posso sentir-me eu. Aqui posso sentir-me em casa.
Aqui é o sítio para ser livre e ser criança. Saltar de pedra em pedra e sentir aquele medo na barriga "será que consigo, será que vou cair?". Apanhar amoras e esfolar os joelhos. Andar com música na cabeça e não nos ouvidos.
Aqui é sítio para ser eu sem ninguém a ver. Andar livremente pelos campos, percorrer os caminhos quase esquecidos e os caminhos desconhecidos. Andar sem se saber para onde e descobrir novas coisas. Olhar para o céu à procura da águia e para o chão à procura do gafanhoto. Molhar a cara na água das fontes. Acordar cedo para ver aves e ficar à noite a jogar cartas.
Aqui é o sítio para estar atento aos pequenos pormenores. O voo da andorinha, o morcego à volta do candeeiro, o formigueiro no chão, a toca da cobra, o cantar dos estorninhos, o pôr-do-sol, as casas de pedra com rosas pelos caminhos, as estrelas no céu.
Aqui é sítio para reencontrar o perdido, despertar o adormecido e ser novo, de novo.

Sunday, August 12, 2012

Fiz as malas e parti...

Saturday, June 02, 2012

O que me faz ser eu

No outro dia, ao ouvir a Chuva Dissolvente dos Xutos e Pontapés pensei em como aquela tinha sido a minha música favourita no 9º ano e pensei: "o que foi feito de ti?", será que ainda sou eu? Lembro-me que uma das minhas grandes angústias era a hipótese de vir a mudar e deixar de ser eu... Mas o que me faz mesmo ser eu? E o que é que eu tenho vindo a mudar? E ainda sou a mesma?

É difícil pensar no que me define sem me fechar numa caixa que me limite. Por outro lado é difícil pensar naquilo que me define e não vai mudar venha o que vier, passados quantos anos passarem... Mas se pensar nos meus valores acho que aquilo que eu acredito é aquilo que sou. Acredito na família e sou uma pessoa bastante maternal. Acredito no respeito e na educação. Amo a natureza e adoro estar em contacto com ela, nomeadamente a acampar. A violência choca-me. Sou sorridente. Creio em Deus e na Igreja. Sou persistente. Valorizo a responsabilidade. Sei que não será só isto, mas de repente é destas coisas que me lembro e acho que isto nunca pode vir a mudar.

Não sei se sou o mesmo eu que era há uns anos, mas se mantiver os meus valores pelo menos sei que não me perderei.

"E quando deres por ti, entre a chuva dissolvente, és o pai de uma criança no seu caminho de casa..."

Tuesday, May 29, 2012

Pensamentos soltos ou crescimento

Lembro-me que por volta dos meus 15 anos considerava uma ofensa dizer a um amigo "Tu (já) não me conheces!". Agora pergunto-me se terei algum amigo que me conheça...

Thursday, May 24, 2012

É tão bom andar de sandálias no meio da relva!

Thursday, March 22, 2012

Quão longe...

Quão longe irias para ficar com alguém? Magoarias os que te são próximos? Mudar-te-ias? Farias uma mudança de look? Mudarias a tua vida? Irias contra aquilo que acreditas, contra aquilo que és? Porias em causa a tua saúde? Irias contra a tua família? Porias em causa a tua felicidade?

Quão longe...?

Friday, March 16, 2012

Juliet Marillier


Se me perguntassem pela minha banda favorita, eu não era capaz de dizer, porque entre tantos artistas que eu gosto, há sempre alturas em que estou mais virada para um ou para outro. Mas se tivesse que escolher um autor, não hesitaria: Juliet Marillier. Li o primeiro livro dela, a Filha da Floresta, há 7 anos oferecido por um amigo e, ainda hoje, leio cada um dos livros que sai com o mesmo sentimento de deslumbramento.
As histórias têm uma influência da mitologia irlandesa, com personagens que são quase sempre raparigas/mulheres com uma força imensa, que nos ensinam como ser forte nas dificuldades, forte quando estamos partidas por dentro e nunca desistir!
Com Liadan, eu esperei e chorei o meu amor perdido, com Paula vi-me presa entre uma escolha, com Fainne senti a solidão no meio da alegria da multidão... Entre tantas outras personagens com as quais vivi aventuras, angústias e batalhas interiores. Enquanto leio já não sou eu a Heidi, sou a Liadan, a Sorcha, a Fainne... e sou transportada para um mundo paralelo de fantástico, magia, criaturas, esperança, lealdade, coragem... Inquieto-me com os seus problemas, dou voltas à imaginação à procura de soluções para as suas encruzilhadas, amo, protejo e supero-me a mim mesma.

Quando leio os seus livros, não sou só eu... Sou muitas... E cada uma das personagens é também um pouco de mim...

Friday, February 24, 2012

Patrice - Don't cry Músicas da minhas Vida



E aqui vai uma que também ouvi quase todos os dias durante uma fase da minha vida. Uma fase em que me queria lembrar "don't cry, something would be good when the sun rise!". Um resquício da minha fase mais reggae e de uma relação...

Sunday, January 22, 2012

Cicatrizes

Todos temos uma outra cicatriz gravada de uma forma mais física ou mais invisível aos olhos externos. Essas cicatrizes são marcas de guerras que sofremos, marcas do que lutamos, que passámos pela vida não de forma superficial, mas que fomos ao fundo dela, bebemos toda a dor e felicidade que vem incluída e voltámos.
Algumas cicatrizes são exactamente isso: uma marca de guerra, uma marca que nos prova que fomos à luta que demos e levamos, e como diz o provérbio ou frase popular "O que não nos mata torna-nos mais fortes".
Mas há outras que nos ficam gravadas de uma forma tão dura que nunca conseguem cicatrizar completamente. E quando não esperamos, algo as faz abrir, as faz infectar de novo e a dor volta, às vezes até sem grande motivo.
Eu tenho algumas deste último tipo. Cicatrizes que nunca mais me deixarão voltar a ser quem era, que quando tocadas magoam ou despoletam ansiedades e medos. Algumas já são tão antigas quanto o meu ensino básico e eu fui aprendendo a lidar com elas e consigo mantê-las mais ou menos fechadas, mas o facto de ainda não terem cicatrizado de vez assusta-me, assusta-me que sejam impossíveis de sarar...
Mas resta-me a esperança que a pessoa que eu me tornei pode não ser tão ingénua, tão confiante, tão boa, mas é mais sábia.

Thursday, January 19, 2012

O que fazer quando o que queremos dizer não queremos que seja lido?

Sunday, January 15, 2012

Tiago Bettencourt: Fome- Músicas da minha Vida



Esta música foi a minha primeira música dos Toranja... Bem esta música, mas a versão original, sem a parte dos Da Weasel! Lembro-me perfeitamente, estava na rampa já perto do portão de saída da minha escola do secundário com os meus amigos. E a minha melhor amiga saca dos "fones" e diz-me "Ouve esta". Eu, uma pequena inculta musical, que apenas ouvia Comercial e as músicas comerciais (perdoem-me a repetição), não sei como até gostei daquilo! Um dia ou dois depois a minha amiga trazia-me o CD copiado (ainda não se sacava músicas da net). E acabei por ouvir e ouvir e ouvir...

Hoje os Toranja já não estão juntos, eu e os meus amigos já não estamos muito tempo juntos, mas um dia já há uns anos, muito tempo passado o secundário, ouvi esta música e pensei que era a melhor música que podia descrever o que eu sentia lá...

Andava numa escola particular em que parecia que todos tínhamos que ser iguais. Eu que nunca consegui ser igual a ninguém, nem disfarçar bem o ser diferente, sempre me senti à parte. Tanto, que o meu grupo de amigos era um pequeno conjunto de "outsiders". E quando penso nos meus colegas, é realmente nisto que penso: " Sempre a/o mesma(o) (...)".

E este tema, esta "fome de_mais" era algo bastante constante, queria algo mais para a minha vida, não era feliz, algo que esta música expressa tão bem.

Por isso hoje deixo aqui esta música... Tenham fome!