Tuesday, April 23, 2013

Ardem-me os olhos com as lágrimas por derramar
Doi-me o coração com dores ocultas, sufocadas
Sentimentos reprimidos, represas invisíveis
E vem o gelo e o fogo, o pisco e a andorinha
Vão-se as torrentes e instala-se a calma
Como prenúncio ignorado de tempestade...
(Amanhã o sol nascerá novamente
Amanhã, depois, quando?)
Mas quando a cidade repousa,
Quando não há mais luz para revelar o mimetismo,
Aí nos encontramos
Numa esquina entre o último adeus e o primeiro suspiro
Num canto qualquer obscuro, deserto...
Oh última companhia do dia!
Oh cruel musa reencontrada!

Friday, April 19, 2013

Escolhas

Gostava de poder viver várias vidas. Há quem fale em universos paralelos e esta também poderia ser uma opção interessante. A realidade é que há tanta coisa que eu gostava de fazer que parece-me que não chega para uma única vida, sobretudo quando entramos no campo das escolhas. Ao escolher uma porta estou automaticamente a fechar outras tantas. É por isso que gostava de acreditar que quando esta vida acabar poderia viver outra, fazer escolhas diferentes e experimentar coisas diferentes. O que está por trás da porta A e do cruzamento B? Quantas vidas diferentes poderia viver se tivesse escolhido diferente?
Não sou pessoa de me angustiar muito com as escolhas feitas nem de querer voltar atrás, mas há dias em que eu gostava que a minha vida pudesse ser diferente, em que gostaria de saber como seria se... Há dias em que sinto que vou perdendo tanto pelo caminho, que tenho receio de chegar a um ponto e perceber que fiquei a meio caminho.
Mas como não tenho estas opções, resta-me pesar bem as opções, escolher o melhor que posso e seguir o meu caminho... e de preferência não olhar para trás...