Sunday, January 22, 2012

Cicatrizes

Todos temos uma outra cicatriz gravada de uma forma mais física ou mais invisível aos olhos externos. Essas cicatrizes são marcas de guerras que sofremos, marcas do que lutamos, que passámos pela vida não de forma superficial, mas que fomos ao fundo dela, bebemos toda a dor e felicidade que vem incluída e voltámos.
Algumas cicatrizes são exactamente isso: uma marca de guerra, uma marca que nos prova que fomos à luta que demos e levamos, e como diz o provérbio ou frase popular "O que não nos mata torna-nos mais fortes".
Mas há outras que nos ficam gravadas de uma forma tão dura que nunca conseguem cicatrizar completamente. E quando não esperamos, algo as faz abrir, as faz infectar de novo e a dor volta, às vezes até sem grande motivo.
Eu tenho algumas deste último tipo. Cicatrizes que nunca mais me deixarão voltar a ser quem era, que quando tocadas magoam ou despoletam ansiedades e medos. Algumas já são tão antigas quanto o meu ensino básico e eu fui aprendendo a lidar com elas e consigo mantê-las mais ou menos fechadas, mas o facto de ainda não terem cicatrizado de vez assusta-me, assusta-me que sejam impossíveis de sarar...
Mas resta-me a esperança que a pessoa que eu me tornei pode não ser tão ingénua, tão confiante, tão boa, mas é mais sábia.

Thursday, January 19, 2012

O que fazer quando o que queremos dizer não queremos que seja lido?

Sunday, January 15, 2012

Tiago Bettencourt: Fome- Músicas da minha Vida



Esta música foi a minha primeira música dos Toranja... Bem esta música, mas a versão original, sem a parte dos Da Weasel! Lembro-me perfeitamente, estava na rampa já perto do portão de saída da minha escola do secundário com os meus amigos. E a minha melhor amiga saca dos "fones" e diz-me "Ouve esta". Eu, uma pequena inculta musical, que apenas ouvia Comercial e as músicas comerciais (perdoem-me a repetição), não sei como até gostei daquilo! Um dia ou dois depois a minha amiga trazia-me o CD copiado (ainda não se sacava músicas da net). E acabei por ouvir e ouvir e ouvir...

Hoje os Toranja já não estão juntos, eu e os meus amigos já não estamos muito tempo juntos, mas um dia já há uns anos, muito tempo passado o secundário, ouvi esta música e pensei que era a melhor música que podia descrever o que eu sentia lá...

Andava numa escola particular em que parecia que todos tínhamos que ser iguais. Eu que nunca consegui ser igual a ninguém, nem disfarçar bem o ser diferente, sempre me senti à parte. Tanto, que o meu grupo de amigos era um pequeno conjunto de "outsiders". E quando penso nos meus colegas, é realmente nisto que penso: " Sempre a/o mesma(o) (...)".

E este tema, esta "fome de_mais" era algo bastante constante, queria algo mais para a minha vida, não era feliz, algo que esta música expressa tão bem.

Por isso hoje deixo aqui esta música... Tenham fome!