Wednesday, December 16, 2009

Cansaço

Ultimamente sinto-me cansada...
Cansada por tentar ser tudo o que me pedem.
Cansada por ter que ser líder, por ter que ser presente e assumir responsabilidades.
Cansada por tentar ser grande e mandar dois berros quando necessário, estar à altura e resolver tudo, quando o que me apetece é enroscar-me com a cabeça no colo de alguém que me acolha e ser pequenina, indefesa...
Cansada de estar tanto para os outros que nunca estou para mim.
Cansada de correr, fazer planos, horários e agendas na minha cabeça.
Cansada de chegar à cama com ainda tudo na minha cabeça, vozes a gritar, revoltar e exigir planos, que não me deixam dormir sem resolver tudo.
Agora acalmei... As vozes foram reconhecidas e assim as acalmo...Espero hoje deitar e não pensar que amanhã também é dia... Com mais coisas...

Monday, December 07, 2009

Ausência

Parei por uns tempos de escrever... Não porque a minha vida tenha parado ou acelerado de tal maneira que perdi temo... Parei simplesmente por comodismo, ou por falta de tema ou falta de vontade para escrever sobre o tema... Parei mas sempre com tenções de voltar.

Parei talvez também pelas expectativas acumuladas sobre este blog, sobre o que escrevo e como escrevo... Talvez um pouco de necessidade de me resguardar...

Mas volto, volto sempre... Porque se não escrever para aqui, para onde escreverei? Se não der corpo físico aos pensamentos, sentimentos e todas as coisas incorpóreas que fazem de mim a confusão que sou, não passarão de momentos perdidos na efemeridade de tudo o que me povoa...

Se não escrevo, perco-me, perco parte do que sou...

Friday, September 04, 2009

Construindo algo

Várias vezes ouvimos dizer que se a pessoa nos ama, ama como somos e não precisamos de mudar. É verdade a parte que temos que ser amados por quem realmente somos e não devemos mudar para sermos amados. Mas muitas vezes daí parte se para outro pressuposto: se ele gosta de mim não me vai pedir para mudar. Este já não concordo.

Os namoros são algo extremamente frágil e complicado. Algo delicado como a geada de inverno sobre as folhas. Paralelamente são algo extremamente belo, que vale a pena preservar. Mas por vezes, a convivência entre dois feitios diferentes gera atritos. São duas pessoas a experimentar a maior intimidade que é possível, a conhecerem-se no mais recôndito da sua alma... Como é possível que estes atritos não surjam? Por vezes torna-se difícil conseguir preservar esse cristal de gelo, por vezes ele derrete-se no meio dos pequenos conflitos, dia atrás de dia, sem que o amor seja capaz de lhe devolver toda a sua beleza... E tudo o que sobra são os problemas, os desentendimentos... E perde-se algo que podia ser tão belo...
Por isso eu acho que para resultar, às vezes as pessoas têm de ceder, mesmo que signifique mudar um pouco... Atenção, não estou a dizer que seja saudável mudar totalmente para que a relação resulte, porque isso é sinal que algo não está bem, ou que não existe "encaixe" entre os dois. Mas aquelas pequenas coisas são importantes, são provas de amor que se dão, provas que queremos mesmo que resulte. Se não, porquê ter o trabalho?

A minha mãe costuma dizer que o namoro é limar as arestas que chocam... Eu digo mais, o namoro é mostrar que é possível uma vida a dois, que não há problema que não tenha solução se os dois quisermos o mesmo... Mesmo que por vezes seja preciso limar certas arestas para que as rodas girem melhor...

Friday, July 24, 2009

Tentando ser maior...

Às vezes, quando consigo parar um bocadinho para pensar antes de decidir a atitude que vou tomar, respiro fundo e penso "como é que eu quero ser?" e "como é que esse meu eu-futuro reagiria?". É uma forma muito simples que eu tenho de garantir que passinho a passinho eu vou começando a ser como quero, a reagir como quero...
Mas às vezes é preciso um grande esforço para parar este minuto, para não dar logo uma resposta torta... É preciso respirar fundo, uma, duas vezes... E ainda cá fica a vontade de retorquir no mesmo tom, no tom com que, às vezes, algumas pessoas merecem... Às vezes temos que nos superar a nós próprios e pensar "Sou superior, não vou descer ao teu nível!"...
E respiro fundo as vezes que forem precisas...

Friday, June 26, 2009

Desculpa

Sinto que nunca direi desculpas vezes suficientes... Sinto que desiludi imensa gente, tanta que nem consigo pedir desculpas a todos. Sinto que falhei, comigo e contigo, e ao falhar te dei um bilhete de ida para um sítio escuro e sombrio, onde só há dor e raiva. Acredita, lamento mesmo muito! Tanto que me dói duma forma física muito estranha... Gostaria de te dar o bilhete de volta, mas sei que não depende de mim e só posso ficar aqui de fora a olhar, a sentir me mal pelo que te fiz...
Desculpa...

Friday, June 12, 2009

A recuperar a escala...

Ontem fiz uma coisa que já não fazia há muito tempo, tanto tempo que nem me lembro da última vez que o fiz... Ontem o sono não vinha, as voltas na cama e na almofada eram mais que muitas e os meus problemas continuavam a gritar dentro da minha cabeça com tanta força que eu não aguentava. Portanto levantei-me, vesti o robe (que as noites por cá são frias), abri a janela e fui me sentar no peitoril... Como fiz tantas vezes no meu primeiro ano cá.
Pouco tempo depois aparece o meu gato, salta e vem enroscar-se no meu colo. Como se soubesse que eu precisava dele, do seu ronronar calmo e relaxante.
Lá fora, muito altas as estrelas continuavam a brilhar... Estranhamente não me preocupei em identificar nenhuma constelação, fiquei apenas lá a contemplar... Inspirando e expirando... Já tinha conseguido acalmar... Ouvi os sons da natureza, o vrumm suave dos aerodínamos, o sussurrar do vento e quando me senti pronta, quando senti que as lágrimas tinham secado e o coração se não estava remendado, pelo menos já não estava partido com um bocado para cada lado, voltei para dentro...
É esta a magia das estrelas, o nosso mundo pode estar a ruir, mas elas continuam lá e ao vê-las parece que um pouco da sua imutabilidade também passa para nós. Relembram-me que sou pequena, mas pequena que um pontinho, que estou inserida em algo maior e que tenho que ver as coisas como um todo...
Hoje talvez volte a chorar, mas ao menos recordar-me-ei que terei as estrelas à minha espera...

Thursday, June 11, 2009

O meu quarto

O meu quarto está repleto de pequenas histórias, pequenas recordações... Desenhos, imagens, mensagens em bilhetes, sementes... Peluches pelo chão, folhas nas portas dos armários e estrelas e luas por toda a parte... Hoje juntei outra... Na parte de dentro da porta do armário, porque há coisas que são especiais e ficam melhor num cantinho privado... É um artigo do Destak com o título "Apaixone-se... várias vezes ao dia!"
Eu sou romântica, mas como costumo dizer sou uma romântica céptica ou uma romântica desiludida. Eu quero acreditar no amor para sempre, quero acreditar que um dia vou encontrar o tal e vamos ter o nosso final feliz. Mas a vida vai-nos desiludindo, pregando rasteiras umas atrás das outras, uma e outra vez... Aos poucos vamos deixando de acreditar, porque da outra vez também não resultou, porque daquela tínhamos tudo para dar certo e não deu... Porque os meus pais, que estão casados há 25 anos, estão cansados e já não nos mostram que se amam.

E aos poucos, vai-se perdendo a esperança, aos poucos começa-se a pensar em prazos de validade, no fim da magia e no início da apatia...

"Apaixone-se... várias vezes ao dia!".... Por quanto mais tempo serei eu ainda capaz de me apaixonar e acreditar que vale a pena?

Wednesday, April 29, 2009

Heidi

No primeiro post deste blog justifiquei a escolha de título e fiz assim uma pequena apresentação do que tencionava que fosse este meu cantinho. Os tempos foram evoluindo, eu fui-me moldando e crescendo e este blog foi se moldando comigo, face aos meus conflitos, preocupações e pensamentos. Contudo, posts e posts correram e ninguém perguntou e eu nunca fiz qualquer explicação sobre o meu nickname. Portanto, quase três anos depois do início vou explicar o porquê de Heidi, fazendo desta forma um pequena apresentação do que eu sou ou quero ser.
Pode-se porventura achar que é um nome como qualquer outro para proteger a minha identidade. Contudo eu tenho por hábito de não fazer estas coisas por acaso, há sempre um motivo, um simbologismo por trás destas escolhas. Este nome foi escolhido não só para esconder a minha identidade mas como sendo parte dela. A história da Heidi é das minhas histórias infantis favouritas e espero que todos a conheçam, contudo vou contar a história como ela é para mim para que percebam...

Heidi era uma pequena criança que foi para as montanhas. Ao início podiam não a querer, podiam até não gostar muito dela, mas em breve ficaram rendidos à sua alegria, à sua simplicidade e bondade. Heidi rapidamente se torna uma menina das montanhas, corre pelos campos, vive deslumbrando-se cada dia pelas maravilhas da Natureza... Contudo um dia é levada para a grande cidade. Poder-se-ia pensar que tal como uma flor arrancada do seu ambiente iria murchar entre todas as regras de etiqueta, roupas e normas... Mas não. A pequena flor adaptou-se nunca perdendo a sua essência. A pequena Heidi foi naquela cidade grande uma pequena brisa das montanhas, um sopro de frescura, um raio de sol que modificou e deu um novo sopro de vida àqueles que estavam à sua volta.

É assim que também eu quero ser... Uma menina que apesar de andar pela grande cidade tranporta dentro de si a pureza e a brisa das montanhas... Uma menina atenta aos pequenos detalhes e deslumbrando-se pelas pequenas e grandes coisas da Natureza... Quem nunca me viu seguir como o olhar o voo de uma ave? Ou parar para cheirar uma flor? Ou contemplar as gotas de orvalho numa planta? Faz parte de quem sou e de quem quero ser... A minha pequena Heidi...

Thursday, April 09, 2009

Perdas

Há um episódio da Anatomia de Grey que diz algo do género "Como cirurgiões salvamos vidas, mas, ao fim do dia, o que recordamos são as perdas". Posso não ser médica, nem cirurgiã, mas hoje sinto isso. Esqueço o bem que fiz e só penso nos que deixei para trás... Naqueles que por um motivo ou outro tive de magoar e pedir desculpa já é apenas uma expressão gasta sem sentido para quem a ouve... Hoje sinto-me mal e o que me custa mais não é o que acabou mas o que ainda há, o conhecimento que há quem ainda sofra por mim com saudade e vontade de voltar ao que era... É saber que qualquer um é uma pessoa maravilhosa e que provavelmente nem mereciam o que aconteceu. Gostaria de fazer algo para mitigar a sua dor, mas sei que cada passo que der será um erro pago, não por mim, mas eles...
Por isso agora mexo-me com pézinhos de lã, penso duas vezes antes de me aproximar de novas pessoas, penso outras duas vezes nas brincadeiras que tenho e evito impressões falsas... Talvez hoje já não seja tão simpática, tão dada ou provocadora, mas se com isso puder evitar mais dor, mais pessoas magoadas, será uma guerra ganha! Porque eu não sou do tipo quebra-corações, não gosto de fazer sofrer ninguém, e quando na procura do meu próprio caminho acabo por partir algum, deixo também um bocadinho do meu próprio coração entre os destroços...

Também por isso gostaria que fosse desta... Que se acabasse a procura... Não quero mais perdas, não quero causar mais dor...

Monday, March 30, 2009

Queda livre

Há momentos em que nos tiram o chão debaixo dos pés. Simplesmente isso. Num momento estamos seguros na confiança do chão que nos suporta e no momento seguinte estamos em plena queda livre. A certeza das confianças foi-se e agora o que temos é apenas essa queda livre, sem saber como ou quando vai acabar... Nem sequer fazemos tentativas de nos agarrar ou impedir a queda, sabemos que não a podemos impedir, sabemos que temos de cair! Sabemos que tudo o que podemos fazer é cair e pensar como podemos depois voltar à superfície.
Mas a escuridão e a queda é demasiado forte e absorvente e tudo o que conseguimos são excertos, imagens, palavras que nos caem cá dentro como pedras acelerando a queda contra todos os principios da Física... e sempre a sensação asfixiante da queda livre...
Perdemos a visão geral, a capacidade de nos abstraírmos do presente e de localizarmos tudo no imenso padrão e descobrir as hipóteses... Confuso? Muito... Mas no fundo o que quero dizer é que perdemos a prespectiva.
Sabemos intuitivamente que algo vai ter que mudar e que vamos reavaliar muito bem aquilo que somos e a nossa posição, porque isto foi o choque que abalou tudo o que pensávamos saber, o que pensávamos perceber... Isto mudou a nossa história pessoal do que nos aconteceu...
Pronto, chegámos ao fim... A queda parou... E agora?

Monday, March 23, 2009

Entre duas metades de Portugal

Dentro do meu coração tenho dois amores... Dois amores que coexistem pacificamente poque não existe em mim a necessidade de escolha. Porque cada um é diferente e tem um significado diferente para mim...

Por um lado amo o Alentejo com as suas planícies perfumadas, o horizonte a perder de vista e toda a míriade de sons e cheiros que preenchem o pôr-so-sol. Amo o Alentejo com o seu ritmo calmo, os seus montados típicos, os estevais e as plantas aromáticas e toda a diversidade existente...
Mas por outro lado sinto que o meu coração pertence ao Norte, à Beira Alta da minha mãe, com os seus rigores, o frio que enregela os músculos e liberta a alma... Os afloramentos graníticos e a vegetação parca, muitas vezes composta por giestas que nos mostram que até na sobriedade pode haver imensa beleza. As gentes endurecidas pela vida mas com um coração sempre pronto a acolher, uma mesa diposta a partilhar um lanche de pão com queijo e uma fogueira para aquecer um fim de tarde na conversa... Pessoas de estilo simples e energéticas, sólidas como a rocha... Gosto da altitude e do vento que açoita a cara e o cabelo, do silêncio preenchido por um ou outro burro ou vaca, enquanto a paz se instala cá dentro...
Eu, que sinto que sou mais Alentejo, tenho contudo dentro de mim um cantinho que me lembra que também sou Norte, que tenho dentro de mim a força da Natureza bruta... E isso faz me sentir que me podem vergar, mas nunca partir, e que as contrariedades da vida não me conseguirão tirar aquilo que sou...
(P.S.: Não poderia escrever este post sem lembrar a minha tia-avó Deolinda que transporta em si toda a energia, frontalidade, generosidade e simplicidade da Beira Alta.)

Tuesday, March 10, 2009

Trabalho de campo

A semana passada tive um dia de campo horrível, daqueles que me fazem odiar peixes e arrepender de ser bióloga em vez de estar num escritório com ar condicionado quentinho.
Tínhamos posto as redes no dia antrerior para ver que peixe havia naquela albufeira e quando chegámos lá era só tirar as redes, voltar a largar os peixes para água e voltar a pôr as redes noutra albufeira. O vento estava forte e atirava os salpicos do barco para cima de nós, mas as duas primeiras redes fizeram-se bem. Eram umas 11 horas quando chegámos à 3ª. Começámos a tirar a rede de água e estava cheia de peixe! Mas cheia ao ponto de ter peixe em todos os bocadinhos de rede! Ainda por cima era só carpas. As carpas têm dois espigões dentados que se prendiam e enrolavam completamente na rede. Elas estavam de tal forma presas que eu não era capaz de as soltar e acabei de deixar isso para os meus colegas de campo, encarregando-me de segurar as redes. Entretanto começa a chover enquanto aquele vento no continua a fustigar... Passei o dia todo a tremer de frio e os meus dedos ficavam sem pinga de sangue! Ainda pensei se estar tanto tempo sem circulação não lhes faria mal e lá ia tentando restabelecer a circulação.
Íamos a meio da rede (cada rede tem 30 metros) quando percebemos que não dava para continuarmos a trabalhar ali com tanto vento e frio. Metemos a rede com os peixes todos para dentro do barco e procurámos um enseada mais abrigada. Por esta altura já eram 16 horas e ainda não tínhamos almoçado e ainda nos faltavam duas redes e só tinhamos conseguido "limpar" metade daquela em 5 horas!
Acabámos por ter de desistimos da rede e pedimos um canivete ao dono que andava a tomar conta de nós (não fossemos nós destruir aquilo tudo, sabe-se lá!) para cortar a rede e tirar os peixes. Nem assim! Tivemos de tirar as boias e as cordas mais grossas à rede e atirar a rede com os peixes assim para dentro de água (a maioria já estava morta). Contámos e medimos 125 peixes e estimámos que ainda estavam outros 100 na rede, para terem uma ideia...
No fim do dia tinha os braços tão cansados que nem tinha agilidade suficiente para apertar o botão das calças!
Para termos a cereja no topo do bolo, perdemos o canivete ao senhor...
Há dias em que não me sinto nada bióloga, mas amanhã lá estarei outra vez...

Thursday, February 05, 2009

À espera...

O presente é hoje e a vida é para ser vivida hoje... Mas é incrivelmente fácil adiarmos a vida para amanhã. E hoje não aproveito ao máximo porque amanhã é que vai ser e fico à espera do amanhã... À espera de quando acabares os exames e tiveres tempo para mim... À espera de quando for para Évora, de quando tiver a minha própria casa ou estiver livre das regras dos meus pais... À espera de quando tiver dinheiro e emprego... À espera de quando tiver a minha própria vida... À espera de quando não chover, ou quando não fizer calor... À espera de quando der mais jeito, de quando for o momento... À espera de quando as coisas estiverem melhores, à espera de quando eu for isto ou aquilo ou mesmo à espera da vida.
Fico no presente a sonhar com o amanhã e como eu sonho! Sonho, sonho muito... O meu futuro poderá não ser brilhante, porque não desejo grandes coisas, mas trará estabilidade e felicidade... Trará um amor eterno, numa casinha pequenina com muitas crianças e doces, bolos e licor... Trará risos, mimos, compreensão, partilha e problemas, mas nunca incontornáveis...

Sonho, sonho muito... E vou pintando o futuro de todas as cores... Mas e o presente? O presente vai ficando também um pouco mais colorido com o meus sonhos, mas não será uma armadilha? A vida é para ser vivida hoje, a felicidade é para ser consquistada hoje... Mas continuo aqui a sonhar....

Saturday, January 17, 2009

Toranja

A primeira vez que ouvi Toranja (numa entrevista da rádio) não gostei lá muito daquilo, mas passado uns tempos uma amiga minha pôs-me a ouvir uma música (a primeira do CD) e a seguir dessa veio outra e o CD inteiro... Durante meses a fio ouvi as músicas todos os dias. E gostei, gostei mesmo! Quase todas as músicas diziam me algo ou identifico-me com elas... Gosto tanto que não consigo escolher uma música favourita... Eu já cheguei a dedicar uma música dos Toranja a uma pessoa e não será esse o maior elogio que se pode fazer a uma música?
Contudo nunca ouvi o segundo CD... A tal amiga não gostou tanto e eu fiquei de pé atrás. Mais ninguém me fez gostar de Toranja ou ensinou a gostar. Tenho pena porque gosto mesmo das letras que eles escrevem, têm significado e simbolismo, cada pessoa as pode interpretar de forma diferente, cada pessoa pode ter uma emoção diferente... A maioria são músicas tristes, músicas de quem foi deixado, de quem não é tão amado como gostaria, outras porém, são autênticos gritos de revolta, de afirmação, de descontentamento... Cada uma me faz lembrar uma pessoa diferente, ou época da minha vida, cada uma é extremamente emotiva, vivida...
Não consigo escolher uma favourita, mas aqui fica uma que relembra todas as ilusões que construí e que desabaram. Em memória da minha adolescência ao som dos Toranja...
"Neste infinito fim que nos alcançou
Guardo um lágrima vinda do fundo
Guardo um sorriso virado pro mundo
Guardo um sonho que nunca chegou
E na minha casa de paredes caídas
Penduro espelhos cor de prata
Guardo reflexos do canto que mata
Guardo uma arca de risos perdidos
Na praia deserta
Nos dias que passam
Falo ao mar de coisas que vi
Falo ao mar do que conheci
Num mundo onde tudo parece estar certo
Guardo os defeitos que me atam ao chão
Guardo muralhas feitas de cartão
Guardo um olhar que parecia tão perto
Pro país do esquecer o nunca nascido
Levo a espada e a armadura de ferro
Levo o escudo e o cavalo negro
Levo-te a ti
Levo-te a ti
Levo-te a ti
Pra sempre comigo
Na praia deserta
Nos diass que passam
Falo ao mar de coisas que vi
Falo ao mar do que nunca perdi..."

Monday, January 05, 2009

Coisas que contribuem para a minha felicidade

Este ano não vou pensar em todas as coisas que gostaria de fazer ou todas as coisas que gostaria que acontecessem... Este ano vou pensar em todas as coisas que me fazem feliz e tentar mantê-las...
E as coisas que me fazem feliz são bastante simples...
Sorrisos... Abertos, tímidos, quando digo algo com piada ou faço algo que agrada e surpreende.
Mimos... Na cabeça, nas costas, no braço, na mão ou onde seja.
Passeios pela Natureza...
Conversas a meio da noite... Com o seu tom de intimidade e segredos revelados.
Amigos...Mais ou menos próximos, com mais ou menos confiança, mas aquelas pessoas com quem podemos desanuviar e partilhar momentos de oásis no meio do deserto.
Dançar... Sobretudo sozinha sem ninguém a ver.
Música... Quase toda e dependente do estado de espírito.
Momentos com o namorado... Curtos, longos, mas cada um único.
Sono de mais de 8 horas ou sestas... Tão raro e tão necessário.
Prendas... Tanto dar como receber.
Sonhos... Perturbadores, mostrando-nos outra realidade, permitindo-nos viver outras sensações.
E é assim que se faz uma vida cheia de bom momentos...