Thursday, September 27, 2012

Inconsciente


No meu último ano de secundário, aquele ano de decisões mas sobretudo de dúvidas na escolha de um curso que já tinha sido escolhido há muitos anos, uma das minhas opções ponderadas foi Psicologia. O comportamento humano e o funcionamento da mente fascinam-me. Ora, ainda nesse mesmo ano tive a cadeira (que nessa altura chamava de disciplina) de Psicologia. Uma das coisas que aprendi foi a divisão da mente em consciente, subconsciente e inconsciente. Nesta classificação o inconsciente é o nosso recanto obscuro da mente de onde brota aquilo que não conseguimos perceber ou racionalizar, as nossas paixões, medos…
Esta é a parte que mais me interessa, aquilo que a nossa consciência não consegue alcançar, que não podemos manipular, não podemos controlar. Aquilo que nos torna irracionais, ilógicos… É esta componente do nosso cérebro que nos torna complexos mesmo quando queremos ser simples, nos faz tropeçar em impulsos que julgávamos reprimidos, de quando o inconsciente subjuga o consciente e nos faz agir de uma forma imprevista. Quando a censura que impomos a nós próprios ou que nos é imposta pela sociedade e pela educação abre uma brecha e deixa sair um pouco desse nosso lado escuro. Quando perdemos o controlo…
Julgo que conhecer o inconsciente de alguém é conhecer o seu lado mais profundo, mais privado, conhecer a um nível de intimidade muito grande.
Claro que esse lado é para estar guardado, é suposto resguardarmo-nos e controlarmos os nossos impulsos, agirmos de acordo com a educação que nos foi dada e sermos “pessoas civilizadas”… Por isso os pequenos momentos em que ele vem ao de cima, devem ser apenas isso, pequenos vislumbres de uma realidade que lá está, oculta, misteriosa… O nosso secreto “lado lunar”…

Sunday, September 02, 2012

Poesia

Hoje peguei num livro de poesia... Parece uma coisa simples, insignificante, mas a verdade é que não lia poesia há 7 anos...
Lembro-me de estudar em Português, lembro-me de ler poemas de Fernando Pessoas e a minha alma sentir-se plena com aquelas palavras cheias de significados, encaixadas de forma harmoniosa. Lembro-me de recitar poemas como se fossem parte de mim, descrição daquilo que sou ou ensinamentos para a vida. Lembro-me de escrever poemas, também...
Mas a realidade abafou o sonho. Um dia olho para os meus poemas e já não gosto do que escrevi. Um dia começo a andar tão a correr que já não há espaço na minha vida para a poesia. Um dia olho para trás e vejo que a menina romântica com palavras bonitas de amor e poesia se perdeu com as desilusões da vida.
Hoje quero recuperar essa parte de mim. Por isso peguei num livro de poesia...