Ardem-me os olhos com as lágrimas por derramar
Doi-me o coração com dores ocultas, sufocadas
Sentimentos reprimidos, represas invisíveis
E vem o gelo e o fogo, o pisco e a andorinha
Vão-se as torrentes e instala-se a calma
Como prenúncio ignorado de tempestade...
(Amanhã o sol nascerá novamente
Amanhã, depois, quando?)
Mas quando a cidade repousa,
Quando não há mais luz para revelar o mimetismo,
Aí nos encontramos
Numa esquina entre o último adeus e o primeiro suspiro
Num canto qualquer obscuro, deserto...
Oh última companhia do dia!
Oh cruel musa reencontrada!
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