No meu último ano de secundário, aquele ano de decisões mas
sobretudo de dúvidas na escolha de um curso que já tinha sido escolhido há
muitos anos, uma das minhas opções ponderadas foi Psicologia. O comportamento
humano e o funcionamento da mente fascinam-me. Ora, ainda nesse mesmo ano tive
a cadeira (que nessa altura chamava de disciplina) de Psicologia. Uma das
coisas que aprendi foi a divisão da mente em consciente, subconsciente e
inconsciente. Nesta classificação o inconsciente é o nosso recanto obscuro da
mente de onde brota aquilo que não conseguimos perceber ou racionalizar, as
nossas paixões, medos…
Esta é a parte que mais me interessa, aquilo que a nossa
consciência não consegue alcançar, que não podemos manipular, não podemos
controlar. Aquilo que nos torna irracionais, ilógicos… É esta componente do
nosso cérebro que nos torna complexos mesmo quando queremos ser simples, nos
faz tropeçar em impulsos que julgávamos reprimidos, de quando o inconsciente
subjuga o consciente e nos faz agir de uma forma imprevista. Quando a censura
que impomos a nós próprios ou que nos é imposta pela sociedade e pela educação
abre uma brecha e deixa sair um pouco desse nosso lado escuro. Quando perdemos
o controlo…
Julgo que conhecer o inconsciente de alguém é conhecer o seu
lado mais profundo, mais privado, conhecer a um nível de intimidade muito
grande.
Claro que esse lado é para estar guardado, é suposto
resguardarmo-nos e controlarmos os nossos impulsos, agirmos de acordo com a
educação que nos foi dada e sermos “pessoas civilizadas”… Por isso os pequenos
momentos em que ele vem ao de cima, devem ser apenas isso, pequenos vislumbres
de uma realidade que lá está, oculta, misteriosa… O nosso secreto “lado lunar”…
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