Friday, September 04, 2009

Construindo algo

Várias vezes ouvimos dizer que se a pessoa nos ama, ama como somos e não precisamos de mudar. É verdade a parte que temos que ser amados por quem realmente somos e não devemos mudar para sermos amados. Mas muitas vezes daí parte se para outro pressuposto: se ele gosta de mim não me vai pedir para mudar. Este já não concordo.

Os namoros são algo extremamente frágil e complicado. Algo delicado como a geada de inverno sobre as folhas. Paralelamente são algo extremamente belo, que vale a pena preservar. Mas por vezes, a convivência entre dois feitios diferentes gera atritos. São duas pessoas a experimentar a maior intimidade que é possível, a conhecerem-se no mais recôndito da sua alma... Como é possível que estes atritos não surjam? Por vezes torna-se difícil conseguir preservar esse cristal de gelo, por vezes ele derrete-se no meio dos pequenos conflitos, dia atrás de dia, sem que o amor seja capaz de lhe devolver toda a sua beleza... E tudo o que sobra são os problemas, os desentendimentos... E perde-se algo que podia ser tão belo...
Por isso eu acho que para resultar, às vezes as pessoas têm de ceder, mesmo que signifique mudar um pouco... Atenção, não estou a dizer que seja saudável mudar totalmente para que a relação resulte, porque isso é sinal que algo não está bem, ou que não existe "encaixe" entre os dois. Mas aquelas pequenas coisas são importantes, são provas de amor que se dão, provas que queremos mesmo que resulte. Se não, porquê ter o trabalho?

A minha mãe costuma dizer que o namoro é limar as arestas que chocam... Eu digo mais, o namoro é mostrar que é possível uma vida a dois, que não há problema que não tenha solução se os dois quisermos o mesmo... Mesmo que por vezes seja preciso limar certas arestas para que as rodas girem melhor...

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