Saturday, January 17, 2009

Toranja

A primeira vez que ouvi Toranja (numa entrevista da rádio) não gostei lá muito daquilo, mas passado uns tempos uma amiga minha pôs-me a ouvir uma música (a primeira do CD) e a seguir dessa veio outra e o CD inteiro... Durante meses a fio ouvi as músicas todos os dias. E gostei, gostei mesmo! Quase todas as músicas diziam me algo ou identifico-me com elas... Gosto tanto que não consigo escolher uma música favourita... Eu já cheguei a dedicar uma música dos Toranja a uma pessoa e não será esse o maior elogio que se pode fazer a uma música?
Contudo nunca ouvi o segundo CD... A tal amiga não gostou tanto e eu fiquei de pé atrás. Mais ninguém me fez gostar de Toranja ou ensinou a gostar. Tenho pena porque gosto mesmo das letras que eles escrevem, têm significado e simbolismo, cada pessoa as pode interpretar de forma diferente, cada pessoa pode ter uma emoção diferente... A maioria são músicas tristes, músicas de quem foi deixado, de quem não é tão amado como gostaria, outras porém, são autênticos gritos de revolta, de afirmação, de descontentamento... Cada uma me faz lembrar uma pessoa diferente, ou época da minha vida, cada uma é extremamente emotiva, vivida...
Não consigo escolher uma favourita, mas aqui fica uma que relembra todas as ilusões que construí e que desabaram. Em memória da minha adolescência ao som dos Toranja...
"Neste infinito fim que nos alcançou
Guardo um lágrima vinda do fundo
Guardo um sorriso virado pro mundo
Guardo um sonho que nunca chegou
E na minha casa de paredes caídas
Penduro espelhos cor de prata
Guardo reflexos do canto que mata
Guardo uma arca de risos perdidos
Na praia deserta
Nos dias que passam
Falo ao mar de coisas que vi
Falo ao mar do que conheci
Num mundo onde tudo parece estar certo
Guardo os defeitos que me atam ao chão
Guardo muralhas feitas de cartão
Guardo um olhar que parecia tão perto
Pro país do esquecer o nunca nascido
Levo a espada e a armadura de ferro
Levo o escudo e o cavalo negro
Levo-te a ti
Levo-te a ti
Levo-te a ti
Pra sempre comigo
Na praia deserta
Nos diass que passam
Falo ao mar de coisas que vi
Falo ao mar do que nunca perdi..."

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