"As palavras mais tristes em qualquer língua são tarde demais"("Desterro de Sharra",Marion Bradley Zimmer)
Poderá algo comparar-se à dor de sentirmos que não podemos voltar atrás no tempo? Que queríamos mudar nem que fosse apenas um minuto e agora já não há nada a fazer? Ter que viver com o sentimento que o que queremos foi-se e agora já não volta?
Diz um provérbio "há coisas que não podem ser remediadas, mas podem ser construídas de novo", mas nem tudo se pode construir de novo... Uma luta entre o passado e o presente, em que o passado é tão forte que condiciona todo o presente e não dá para voltar atrás e recuperar o que havia.
Estar ao lado de uma pessoa e pensar em tudo o que passámos juntos e saber que já não representamos nada... O ter que acordar todos os dias e relembrar tudo, cada momento... Sentir o peso da fatalidade... Sonhar todas as noites com alguém, sentir durante o sonho toda a felicidade que queremos alcançar com essa pessoa, e acordar... Aquele breve instante em que pensas "sonho ou realidade?" e te cai tudo em cima... Apenas um sonho...
Mais um dia para voltar à luta sem saber como lutar, para confrontar todos os sonhos e castelos no ar com o nada que existe realmente, e pensar "tive tudo na mão, e deitei tudo a perder".
Sentir-se preso ao nada pelo que existiu, por vagas e ilusórias esperanças... E apesar de tudo não desistir, tentar e tentar, sem saber onde é que iremos parar, se alguma vez vai ter fim...
Porque o passado tem uma força enorme e estou presa num tarde demais mas recuso-me a deixar que a história acabe assim...